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“A perifa bomba e muitas vezes não vem ao Centro”, diz Fernando Guerreiro sobre investimento cultural nas comunidades

Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

Há cultura fora do Centro. É o que defende o presidente da Fundação Gregório de Matos, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Cultura de Salvador, Fernando Guerreiro. Em entrevista ao Bahia Notícias, o gestor cultural explica a importância dos “projetos estruturantes” para a expansão da produção cultural em Salvador. Ele detalha ainda a importância do programa Boca de Brasa, que cria espaços culturais de incentivo à cultura local, para o fomento dessa política cultural. 


 

“A gente tem feito um trabalho com o Boca de Brasa que eu considero muito importante, porque eu tenho uma teoria hoje que Salvador é multi-centro. A gente tem um Centro Histórico potente e importantíssimo, mas a ‘perifa’ [periferia] bomba, e a perifa muitas vezes não vem ao Centro. E a perifa tem peculiaridades e particularidades geográficas e culturais. Cajazeiras não é Valéria, Valéria não é Subúrbio, Subúrbio não é Itapuã, não é Cabula. Então quando a gente foi mergulhando, dentro do Boca de Brasa, nessas comunidades, nessas regiões de Salvador, é impressionante”, conta. 


 

Ele delimita ainda que a escuta junto a população proporcionou um impulso na aderência dos locais ao programa. “A gente começou a ouvir a comunidade, perceber. Cada comunidade tem vários influenciadores digitais potentes, tem particularidades, tem grupos. A gente começou a acelerar esse grupos já existentes e iniciativas já existentes. Juntamos com a Semdec [Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda] e começamos esse trabalho de prospecção. Então agora você tem uma explosão de identidades pela cidade, movimentos que você faz assim, ‘Como não estava se percebendo que isso existia aqui?’”, delimita 

 

O gestor cultural ressalta ainda que esse trabalho se une a luta pelo reconhecimento do patrimônio material e imaterial da cidade e da Bahia. “A gente está tentando, cada vez mais, fazer com que as pessoas entendam que o patrimônio é vivo e está aí”, completa.


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